A história do cinema brasileiro

A história do cinema no Brasil começou em 1896 no Rio de Janeiro, com filmes de curta-metragem, mudos, de caráter documental e preto e branco.

No início do século XX, chegou a primeira sala de cinema em São Paulo chamada Bijou Theatre.

Tudo isso parece maravilhoso, né? Cinema, fama, dinheiro… Mas não foi bem assim. Naquela época a energia elétrica não era como nos dias de hoje, sendo um grande problema na produção dos filmes. Após a implantação da Usina Ribeirão de Lages no Rio de Janeiro em 1907 é que foi possível fazer os curtas-metragens com mais facilidade.

O primeiro filme de ficção

Em 1908, o cineasta luso-brasileiro António Leal apresenta sua película Os Estranguladores, considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, com duração de 40 minutos.

O primeiro longa-metragem

Em 1914, foi feito o primeiro longa-metragem no país com mais de 2 horas, pelo português Francisco Santos intitulado O Crime dos Banhados.

Tudo estava indo bem até chegar a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Com isso, o cinema no Brasil entrou em crise e os Estados Unidos tomou conta de toda a produção cinematográfica.

Após todo esse caos, o Brasil se restaurou na década de 20 e 30, atingindo grandes expansões com a revista de cinema Para Todos, que foi vendida em todo o país.

O primeiro grande estúdio brasileiro

Foi na década de 30 que foi criado o primeiro grande estúdio cinematográfico no Brasil: a “Cinédia”. As produções mais importantes dessa época foram: Limite (1931), de Mario Peixoto; A Voz do Carnaval (1933), de Ademar Gonzaga e Humberto Mauro e Ganga Bruta (1933) de Humberto Mauro.

As Chanchadas e Vera Cruz

Na década de 40 surgem as Chanchadas, filmes cômicos-musicais com baixo orçamento, junto com a companhia de cinema Atlântida Cinematográfica.

Em 1949 foi criado o estúdio Vera Cruz, baseado nos moldes do cinema americano, em que os produtores buscavam realizar produções mais sofisticadas, e Mazzaropi foi o artista de maior sucesso do estúdio. Esse estúdio criou o filme O Cangaceiro (1953), o primeiro filme brasileiro a ganhar o festival de Cannes, um grande marco para o nosso país. Em 1950 a Tevê Tupi nasceu, fazendo com que vários atores fossem para a emissora de TV, falindo assim o estúdio Vera Cruz em 1954.

Nessa mesma data surge o primeiro filme em cores: Destino em Apuros de Ernesto Remani.

Cinema Novo

Essa nova era do cinema veio com o intuito de mostrar a realidade nos filmes, com cunho político e social. Um dos pioneiros do Cinema Novo no Brasil foi o filme Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos. Esse mesmo criador fez o filme Vidas Secas (1963).

Considerado um dos maiores cineastas brasileiros, Glauber Rocha dirigiu alguns dos filmes que se tornaram símbolos do Cinema Novo, como Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1968). Se destaca, também, Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra.

Em pleno regime militar, entre o final da década de 1960 e o início de 1970, outro grupo de cineastas optou por um movimento mais radical: o cinema marginal ou “udigrúdi”. A “estética do lixo”, proposta por esses diretores, rejeitava as fórmulas tradicionais de narrativa e buscava um cinema experimental. Os principais atores desse movimento foram Rogério Sganzerla (O Bandido da Luz Vermelha) e Júlio Bressane (Matou a Família e Foi ao Cinema).

Criação da Embrafilme

Em 1969, em plena ditadura militar, criou-se a Embrafilme (Empresa Brasileira de Filmes), onde o governo tinha poder sobre os filmes, usando como ferramenta de controle estatal. Em 1982 a Embrafilme sofre problemas com o novo presidente Fernando Collor, que acaba com essa empresa.

Pornochanchadas

No começo dos anos 70, em São Paulo, as produções de baixo custo do movimento “Boca do Lixo” realizam as pornochanchadas, baseada nas comédias italianas e com forte teor erótico.

Esse gênero teve enorme destaque na década, fazendo grande sucesso comercial no Brasil. Como exemplo, temos a película A Viúva Virgem (1972), do cineasta Pedro Carlos Rovai.

Mas as pornochanchadas perderam sua audiência para os filmes com teor erótico hardcore na década de 80.

A chegada do videocassete

Com a chegada do videocassete, nasceram diversas locadoras. E para marcar o fim da ditadura militar, um começo de uma crise econômica veio ao nosso país. Os cinemas não tinham verba para continuar e os espectadores não tinham dinheiro para assistir, sendo assim, o cinema teve um declínio.

Na década de 80 merecem destaque O Homem que virou suco (1980), de João Batista de Andrade, Jango(1984), de Sílvio Tendler e Cabra marcado para morrer (1984), de Eduardo Coutinho e Pixote, a lei do mais fraco (1980), de Hector Babenco.

Com a chegada de Fernando Collor no poder, o cinema sofreu ainda mais. O novo presidente do Brasil extingue o Ministério da Cultura, e acaba com a Embrafilme, o Concine e a Fundação do Cinema Brasileiro.

Cinema da Retomada

No meio da década de 90, o cinema ganha forças novamente para continuar, com novas produções de filmes depois de anos em crise.

Depois disso, o cinema não parou mais. Foram criados diversos festivais no país para festejar, coisa que o brasileiro adora. É criada também a Secretaria para o Desenvolvimento do Audiovisual, sendo implementada uma nova legislação, a “Lei do Audiovisual”.

A partir de 1995, o cinema brasileiro começa a sair da crise com a produção do filme Carlota Joaquina, Princesa do Brazil (1994) de Carla Camurati, o primeiro realizado pela Lei do Audiovisual.

Merecem destaques as produções O Quatrilho (1995), de Fábio Barreto, O Que é Isso Companheiro? (1997), de Bruno Barreto e Central do Brasil (1998), dirigido por Walter Salles.

Século XXI

Com a entrada do novo século, o Brasil volta com tudo com o reconhecimento mundial e participação de festivais de prêmios e Oscar.

Como exemplo, temos: Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles; Carandiru (2003) de Hector Babenco; Tropa de Elite (2007) de José Padilha; Enquanto a Noite Não Chega (2009), de Beto Souza e Renato Falcão; Que horas ela volta? (2015) de Anna Muylaert.

No século XXI também vieram os cinemas 3D que fizeram e ainda fazem enorme sucesso até hoje! Mas, o cinema brasileiro não tem tanto crédito quando o cinema do exterior, o que é uma pena porque temos filmes incríveis e diversos prêmios concorridos mundialmente.

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